sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Uma droga chamada "Jesus"


Nunca gostei de manifestações religiosas fora do ambiente propício, principalmente quando feita dentro do campo de futebol. Seria a pregação de um “Deus” que favorece um em detrimento do outro.
O que mais me intriga e decepciona é ver os jogadores comemorando vitórias, gols e títulos com inscrições “100% Jesus”, ao invés de agradecer a quem paga os seus salários.
Assistindo ao jogo do Brasil pelo torneio sul-americano sub 20, surpreendi-me a entrevista do goleiro brasileiro de 19 anos e trajando uma camiseta que anunciava o site “Atletas de Cristo”: “estou honrando “Jesus” e voltarei para o segundo tempo para continuar-lhe honrando.
Um garoto saudável, bonito e de sucesso com a mente lavada, como se estivesse drogado e treinado para pregar a ladainha.
Curioso, fiz uma busca no site. Já na primeira página está o anúncio da venda do “CD Atletas de Cristo”. Segundo click e na tela aparece à opção “Seja um mantenedor”, nada diferente dos Malafaias, Macedos, Valdemiros, Soares e Sônias, representantes do “Espírito Santo” na TV.
A missão dos atletas de Cristo, retirada do site, é “alcançar o mundo através do atleta, indo por todo clube, praça de esportes, anunciando o Evangelho a todo desportista, fazendo dele um discípulo obediente a todas as ordens de Cristo”.
Porém, afirmam no próximo tópico: “Ao contrário do que muitos pensam “ATLETAS DE CRISTO” não é uma religião e não é uma nova seita”. Contraditório, não?
Intriguei-me. Esse fenômeno atinge, mormente, jogadores e pessoas de baixa renda, assim como as drogas oferecidas em praticamente qualquer esquina de qualquer cidade brasileira, em conseqüência da péssima política social, educacional e cultural dos governos brasileiros dos últimos 112 anos.
Tanto as drogas, tanto “Jesus”, são vendidos como a salvação, o caminho e a libertação dos problemas. Os “facilitadores” se enriquecem a custa do tráfico ou dos dízimos e ofertas.
O “Jesus” vendido é a solução de todos os problemas, com a promessa de sucesso e riqueza. Porém, se os resultados prometidos não acontecerem, a culpa é exclusivamente da falta da fé do comprador. Um baita negócio!
Além disso, esta droga é legal, tem isenção tributária e conta com uma bancada representativa no Congresso Nacional.
Posso falar de cátedra. Fui batizado nas águas e durante algum tempo fui entorpecido “pela palavra”.
Em tempo, Acredito em Deus... Um Deus bom, de amor... Um Deus que não precisa se temer!



4 comentários:

  1. "Em tempo, Acredito em Deus... Um Deus bom, de amor... Um Deus que não precisa se temer!"By Mauro"

    Mauro vc disse muito...Eu fico pasma de ver tantas outras ceitas que nada tem a ver com Jesus..batendo no peito..Tanta gente fazendo o Mal em nome de Jesus..Os Atletas de Cristo... balela pra boi durmir...ou história pra acalentar bovinos.
    Eu prefiro acreditar no Bem ,aquele que nao se compra e nao se vende.NAO CUSTA DINHEIRO. NAO PRECISA PAGAR NADA!!
    Beijos da Lô♥♥

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  2. Boa tio maurao!!

    Phelps

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  3. Sua opinião é válida, mas não vejo nada demais em um jogador agradecer ou honrar a Deus, se ele quer. Da mesma forma que ele agradece ao técnico, à mãe, homenageia os filhos, o patrocinador, etc. Além do mais, carregam nas suas camisetas propaganda de tanta coisa, e ninguém reclama, acha normal.

    E se você acha que Jesus é droga, futebol é o quê?

    Abraço.

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