Dos vários brasis
de ontem e de hoje - o Brasil crioulo, caboclo, sertanejo, caipira, gaúcho,
matuto, dos gringos, dos intelectuais, dos donos do poder, do café-com-leite,
do latifúndio, do futuro, dos políticos e “de todos” – fica a certeza de que a
política brasileira e a relação estado-povo foi sempre protecionista e
paternalista.
Desde as relações do “bom” senhor da terra com os escravos
“obedientes”, onde os escravos enganavam
seus senhores e as escravas passaram a se
entregar sexualmente aos senhores mais generosos, passando pelo “pai dos
pobres” Getúlio Vargas, e coroada pelas políticas assistencialistas dos últimos
governos, instituiu-se a típica maneira brasileira de burlar ordens e regras, o
“jeitinho”, uma simples questão de sobrevivência para uns, um grande negócio
para outrem ou apenas a cultura incutida no DNA brasileiro.
Esse jeitinho divide o brasileiro em dois pólos de
pensamento. O que conseguiu romper a relação paternalista, adquirir
conhecimento e enxergar o mundo globalizado com a necessidade de regras de bom
convívio, probidade e ética, e o desprovido que aceita o status quo e pensa de forma arcaica.
Numa analise simplista, pode-se comparar a situação de
nossos líderes políticos com os líderes das empresas privadas, onde o grande
mote é a liderança pelo exemplo.
Um exercício de fácil resposta é a observação de algumas
manchetes dos jornais em 2011:
“Aécio é pego dirigindo com
habilitação vencida no Rio”.
“Sarney é acusado de aplicar golpe
de funcionário fantasma no Senado”.
“Ex-deputado do 'castelo' é nomeado vice-presidente em
empresa pública”.
“Filhos de Lula ganham passaporte diplomático do Itamaraty
a dois dias do fim do mandato do pai”.
“Michel Temer é acusado de corrupção em ação no STF”.
A oportunidade para a mudança chegou, o Brasil é o país na
“vitrine”, com uma Copa do Mundo e uma Olimpíada em vista, porém nossos líderes
já evocam mais uma vez o recurso do “jeitinho”, agora alicerçado e fundamentado
na obrigatoriedade do afrouxo no controle de gastos, para não se “passar
vergonha”.
Que pena!
Boa, Mauro! Se os exemplos não animam - e não animam - ainda podemos protestar. A frouxidão dos gastos, para "não passarmos vergonha", é de um cinismo impressionante. O homem público brasileiro perdeu o pudor. Inventa qualquer desculpa, por mais esfarrapada que seja, para justificar o injustificável. Chega de safadeza!
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