quarta-feira, 13 de abril de 2011

Alô, alô Realengo... Aquele abraço!


Uma tragédia! Um ato inacreditável praticado por um jovem que teve a chance de ter uma segunda família e mesmo assim, sentir-se perseguido e isolado.
Um prato cheio para “fast-diagnósticos” de sumidades da psiquiatria, psicologia e psicopedagogia que variaram de esquizofrenia, demência, paranóia até o “novo-velho” bulliyng. Além do viés islâmico, uma grande confusão de um leitor assíduo da wikipédia e sem nenhuma fundamentação.
O principal evento, a “missa de sétimo dia”, com transmissão ao vivo e cobertura em todos os programas jornalísticos e mundo cão, contou com a presença de profissionais do sofrimento - a mãe de Isabela Nardoni, o pai do menino João Roberto e a mãe da menina Joanna.
No quesito profissionalismo, Bono - vocalista do U2 -, aproveitou e também tirou sua lasquinha, colocando o nome das vítimas no painel de seu show em São Paulo. Essa mesma solidariedade de ocasião foi utilizada por Corinthians e Flamengo em suas homenagens nas camisas dos jogadores e na entrada em campo de mãos dadas com sobreviventes.
Uma chuva de pétalas de rosas jogadas de um helicóptero da polícia, aquela mesma polícia que não estava fazendo a ronda escolar e que diante de um garoto agonizante, nem sequer demonstrou compaixão, pulando e desviando de um corpo contorcendo-se, fechou o grande evento.
Mas num país carente, mexe-se demais com o imaginário popular, não poderia faltar a figura do “herói”, um policial que não fez nada além de cumprir sua obrigação e agora, ovacionado e promovido, fala em entrevistas como um palestrante motivacional. Ponto para o Presidente da República em “exercício” que o condecorando, conseguiu afastar-se do foco das denúncias de corrupção.
Contudo, foi excelentíssimo Presidente do Senado José Sarney que protagonizou o milagre da ressuscitação do “plebiscito do desarmamento”, como se bandidos fossem de livre e espontânea vontade, cadastrarem-se e devolverem as suas armas.
Porém a inteligência política nacional não para por aí, o nosso Ministro “sem-estofo-para-o-cargo” da Justiça José Eduardo Cardozo sugeriu a imediata instalação chips nas armas fabricadas no Brasil e adquiridas no exterior, numa sandice de dar inveja a qualquer comandante in chefe, seja venezuelano, cubano, árabe ou chinês.
Um grande acontecimento onde todos poderão arrebanhar o seu quinhão, sem contar as ONG´s de Direitos Humanos animadíssimas por conseguir mais verbas.

4 comentários:

  1. Pois é, enquanto prevalecer o Show dos Profissionas do Sofrimento, nós tamos mesmo é... xá prá, se me largar os dedos e apertar as teclas vou escrever o que não devo, quer dizer, não o que não devo, mas o que muitos não gostam de ler.

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  2. Bom demais ! Mesmo que não fosse sua admiradora eu aprovaria seu texto. Bjkas
    @sulains

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  3. Parabéns meu amigo, para mim o melhor texto sobre este triste episódio!
    Beijão
    Rosana

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  4. Foi um lamentável episódio... Um grito de alguém que não sabia falar, uma mente perturbada que agora perturba a todos nós. À parte de tantas diversas reflexões fica minha tristeza com o ocorrido e minha revolta contra as emissoras que em busca de audiência, enfiavam as câmeras "na cara" das mães que acabavam de receber a notícia da morte dos filhos. Um sensacionalismo geral, por todas as emissoras...

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