segunda-feira, 18 de abril de 2011

O Brasil e a liderança pelo exemplo


Dos vários brasis de ontem e de hoje - o Brasil crioulo, caboclo, sertanejo, caipira, gaúcho, matuto, dos gringos, dos intelectuais, dos donos do poder, do café-com-leite, do latifúndio, do futuro, dos políticos e “de todos” – fica a certeza de que a política brasileira e a relação estado-povo foi sempre protecionista e paternalista.


Desde as relações do “bom” senhor da terra com os escravos “obedientes”, onde os escravos enganavam seus senhores e as escravas passaram a se entregar sexualmente aos senhores mais generosos, passando pelo “pai dos pobres” Getúlio Vargas, e coroada pelas políticas assistencialistas dos últimos governos, instituiu-se a típica maneira brasileira de burlar ordens e regras, o “jeitinho”, uma simples questão de sobrevivência para uns, um grande negócio para outrem ou apenas a cultura incutida no DNA brasileiro.

Esse jeitinho divide o brasileiro em dois pólos de pensamento. O que conseguiu romper a relação paternalista, adquirir conhecimento e enxergar o mundo globalizado com a necessidade de regras de bom convívio, probidade e ética, e o desprovido que aceita o status quo e pensa de forma arcaica. 

Numa analise simplista, pode-se comparar a situação de nossos líderes políticos com os líderes das empresas privadas, onde o grande mote é a liderança pelo exemplo. 

Um exercício de fácil resposta é a observação de algumas manchetes dos jornais em 2011:

“Aécio é pego dirigindo com habilitação vencida no Rio”.

Sarney é acusado de aplicar golpe de funcionário fantasma no Senado”.

“Ex-deputado do 'castelo' é nomeado vice-presidente em empresa pública”. 

“Filhos de Lula ganham passaporte diplomático do Itamaraty a dois dias do fim do mandato do pai”.

“Michel Temer é acusado de corrupção em ação no STF”.

A oportunidade para a mudança chegou, o Brasil é o país na “vitrine”, com uma Copa do Mundo e uma Olimpíada em vista, porém nossos líderes já evocam mais uma vez o recurso do “jeitinho”, agora alicerçado e fundamentado na obrigatoriedade do afrouxo no controle de gastos, para não se “passar vergonha”.

Que pena!

Um comentário:

  1. Boa, Mauro! Se os exemplos não animam - e não animam - ainda podemos protestar. A frouxidão dos gastos, para "não passarmos vergonha", é de um cinismo impressionante. O homem público brasileiro perdeu o pudor. Inventa qualquer desculpa, por mais esfarrapada que seja, para justificar o injustificável. Chega de safadeza!

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