quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Um adeus


Aquele menino simples e de sorriso largo circulou com a mesma desenvoltura por Bento Ribeiro, Belo Horizonte, Eindhoven, Barcelona, Madrid, Milão, São Paulo, Paris, Yokohama, Zurich, Porto Príncipe, Luanda, Lusaka, enfim, Ronaldo Nazário de Lima dono de uma simplicidade e humildade tão difíceis nos dias de hoje, em apenas 614 partidas e 414 gols marcados, encantou o planeta.

Em sua última entrevista coletiva como jogador de futebol, Ronaldo disse não ter colecionado inimigos, talvez esquecera seus joelhos, que teimaram em tentar abreviar-lhe a carreira, e mesmo assim tornou-se o maior artilheiro em Copas do Mundo – 15 gols – e o maior jogador brasileiro desde Pelé.

Estamos falando de um ser humano tão incrível, que conseguiu jogar e ser amado pelos maiores rivais da Espanha e Itália, por jogar no Corinthians e ainda assim continuar ídolo de todas as outras torcidas do Brasil.

Um homem que caiu, levantou. Caiu novamente, levantou. Caiu em tentação - e quem não cai? - levantou. A força de vontade e a força da carne são mais fortes do que possamos mensurar.

Embaixador da UNICEF, Ronaldo na contramão de outros ex-atletas e celebridades, aceitou a paternidade de descoberta tardia e integrou sua família. Faz no público, o mesmo que no particular.

Ronaldo deixa-me a impressão de uma pessoa acessível, daquele amigão, do boa praça, do moleque, do pai zeloso, do ser falível... Num país com tantas poucas coisas para se orgulhar, encho-me de orgulho desse brasileiro.

Em sua despedida, recordei-me de algumas frases da música de Moacir Franco (Cadê você?): “Uma torcida de sonhos aplaude talvez / Mata a saudade no peito driblando a emoção / Suas pernas cansadas correram pro nada / E o time do tempo ganhou / Num vídeotape do sonho a história gravou”.

Obrigado, Fenômeno!

2 comentários:

  1. Francine Giudice Rodrigues2/16/2011 09:47:00 PM

    Ficou muito bom! Nada a tirar, nem a acrescentar. Mais uma vez, arrebentou!

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  2. Sinceramente não apenas como Corinthiana, mas como uma grande admiradora do craque Ronaldo, não por acaso chamado de Fenômeno, fiquei chocada, triste e emocionada com sua despedida. Não perdemos simplesmente um jogador, mas um craque, um ídolo, e que como você bem disse, o maior jogador brasileiro depois de Pelé.
    E mesmo "perdendo" para seu corpo, ainda continuava sendo muuuuuito melhor do que aqueles que estão em perfeitas condições...
    Lamento sua despedida e agradeço as tantas jogadas, gols e atitudes que nos fizeram cada vez mais admirá-lo não somente como jogador, mas como ser humano.
    Que sua estrela continue brilhando... SEMPRE!!!

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